
Open Insurance se consolida como novo ecossistema para a transformação digital do mercado de seguros
15 de dezembro de 2025A agenda de interoperabilidade no Brasil entrou em uma nova fase estratégica, com impacto direto sobre os mercados de crédito, previdência e seguros. Mais do que um avanço regulatório pontual, o movimento consolida uma visão de longo prazo sobre o uso responsável de dados, a integração entre sistemas e a construção de um ecossistema financeiro e segurador mais eficiente, seguro e centrado no cidadão.
Esse cenário foi debatido, no dia 11 de dezembro, durante o evento virtual “Resolução Conjunta nº 12 e a Agenda da Interoperabilidade”, promovido pela Superintendência de Seguros Privados (Susep). O encontro reuniu reguladores, representantes do mercado e agentes das infraestruturas financeiras para discutir a implementação e a evolução da Resolução Conjunta nº 12/2024, considerada um marco na coordenação entre os diferentes pilares do sistema financeiro e do sistema de seguros.
Ao longo do evento, a liderança da Susep destacou que a resolução deve ser entendida como o início de um processo contínuo de aprimoramento regulatório, técnico e operacional. A proposta é de uma arquitetura viva, que evolui conforme o amadurecimento do ecossistema e as demandas práticas do mercado.
Representantes do Banco Central do Brasil e do Ministério da Fazenda reforçaram que a interoperabilidade só se torna efetiva quando há coordenação regulatória, coerência tecnológica e alinhamento de governança entre os órgãos envolvidos. Em um ambiente cada vez mais orientado por dados, decisões isoladas tendem a fragmentar o sistema, enquanto ações convergentes ampliam eficiência, segurança e confiança.
Para o 1º vice-presidente da Fenacor, coordenador do Comitê de Open Insurance da camara-e.net e idealizador do GuiaOpen, Manuel Matos, o avanço da interoperabilidade é decisivo para o futuro do setor. “O Open Insurance depende diretamente de uma interoperabilidade bem estruturada. Quando falamos em dados consentidos, padrões comuns e governança clara, estamos falando de criar valor real para o consumidor e de fortalecer o papel do corretor em um ambiente cada vez mais digital”, afirmou. Segundo ele, “o Open Insurance não é um fim em si mesmo, mas um meio para tornar o mercado de seguros mais transparente, competitivo e alinhado às necessidades do cidadão.”
Os debates também evidenciaram o caráter transversal do tema, ao integrar visões dos setores de seguros, previdência, crédito, bancos e tecnologia. Ficou clara a relevância da interoperabilidade na interseção entre os ecossistemas de Open Finance e Open Insurance, onde jornadas integradas e o uso inteligente de dados podem gerar ganhos concretos para empresas e consumidores.
O principal recado do encontro foi direto: interoperabilidade sistêmica não se constrói por decreto. Ela exige diálogo permanente, colaboração entre reguladores e mercado e o engajamento ativo dos provedores de infraestrutura. O trabalho que se inicia agora será determinante para definir o nível de eficiência, competitividade e inclusão do ecossistema financeiro brasileiro nos próximos anos.




