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Você não precisa entender tudo de Open Insurance para perceber que algo está mudando, e rápido demais.
O que está em jogo?
Vamos direto ao ponto: o Open Insurance e o Embedded Insurance já estão atuando dentro das suas bases. E sabe o pior? Sem pedir licença. Sem que você perceba.
Aplicativos de estacionamento como Estapar já oferecem proteção contra danos no carro. A Sky vende seguro via fatura de TV. O Spotify e até plataformas de delivery e viagens já embutem seguros para o usuário final, de forma fluida, automática, sem precisar de um corretor. Tudo acontece em segundos, com um clique.
E o seu cliente, aquele mesmo que você acha que “nunca vai te trocar”, já está comprando seguro por outro canal — mesmo sem saber.
Mas o que é esse tal de Open Insurance?
O Open Insurance é a abertura e o compartilhamento padronizado de dados do setor de seguros, inspirado no modelo Open Banking. Ele permite que empresas autorizadas acessem informações sobre contratos, perfis e movimentações do cliente com seu consentimento.
A promessa é mais personalização, mais agilidade, mais ofertas certeiras. A consequência? Concorrência ampliada, acesso direto às bases, e o corretor fora do jogo — se não souber jogar.
E quem já está jogando? As BigTechs, FinTechs, InsurTechs e plataformas digitais estão se preparando há anos. Elas não têm emoção. Têm dados, algoritmos e escala. Algumas já atuam de forma parecida com a lógica do Open Insurance, utilizando APIs e parceiros para entregar seguros de forma invisível ao cliente.
E mesmo que apenas duas empresas estejam oficialmente autorizadas pela SUSEP como SPOCs, muitas outras já atuam na prática com a lógica do Embedded Insurance — atingindo suas bases antes que você perceba. O tempo está acabando: sua carteira pode evaporar
A lógica é simples: quanto mais tempo você demora para entender e se adaptar, mais espaço você entrega pro concorrente que já entendeu. Não se trata mais de “ser digital” ou de “fazer marketing”. É sobre reaprender a ser corretor em um ecossistema novo, onde a proteção financeira é vendida em lugares inesperados, por agentes invisíveis e com ofertas que chegam no bolso do seu cliente antes mesmo que ele pense nelas.
O corretor do futuro (e do presente)
Não é necessário ter uma SPOC, nem investir milhões em tecnologia, mas é obrigatório entender o jogo. Buscar conhecimento, participar de eventos, estudar cases, conversar com quem está à frente e principalmente, parar de achar que “isso não é comigo”.
O Open Insurance pode parecer distante, mas as perdas que ele pode causar… são bem próximas. Conhecimento não é luxo. É sobrevivência. Se você ainda está focado apenas em comissão, precisa evoluir. A nova moeda do mercado é a informação. Quem souber usá-la para gerar valor real para o cliente vai vencer. Quem continuar achando que “ser gente boa” e “ter bom relacionamento” é suficiente… vai sumir sem entender por quê.
Caminho prático para começar agora:
- Leia sobre Open Insurance com frequência (o GuiaOpen é uma excelente fonte);
- Entenda quem são as SPOCs autorizadas e como você pode se conectar a elas (não é só pra quem é gigante!);
- Estude Embedded Insurance e observe como plataformas não tradicionais estão vendendo proteção sem você;
- Converse com outros corretores. Faça parte de comunidades, eventos, grupos;
- Adapte seu discurso. O cliente de hoje quer agilidade e clareza. Dê isso a ele — ou alguém dará.
Última chamada: você ainda tem algo que as plataformas não têm
Você tem relacionamento real. Você tem conhecimento humano. Você sabe olhar nos olhos e traduzir necessidade em proteção. Mas se você não se mexer, o algoritmo vai passar por cima de tudo isso.
Não é exagero. É só a nova realidade. Ou você aprende a ser digital com alma ou será engolido por quem já nasceu pronto para o jogo!
* Fernando Dantas é presidente do Sincor-CE e CEO da Beneficium Seguros e Previdência