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6 de outubro de 2025O Conec 2025, congresso de corretores de seguros, que aconteceu entre os dias 25 e 27 de setembro, no Distrito Anhembi, em São Paulo, colocou em pauta grandes discussões estratégicas sobre os rumos do setor diante das novas regulamentações, o avanço do Open Insurance e o impacto das novas tecnologias na distribuição.
No painel da Trilha 9, com o tema “Open Insurance, SPOC e APV – Desafios e Oportunidades”, executivos do setor analisaram os efeitos dessas mudanças e o papel dos corretores de seguros nesse processo de transformação.
O vice-presidente da Fenacor, coordenador do Comitê de Open Insurance da camara-e.net e idealizador do GuiaOpen, Manuel Matos, destacou que o Plano de Desenvolvimento do Mercado de Seguros (PDMS) é o documento de planejamento estratégico mais relevante das últimas duas décadas. Para ele, em um cenário de forte digitalização e inovação, o corretor segue como elo essencial da cadeia. “Em tempos de transformação tecnológica, o canal de distribuição ganha ainda mais relevância do que o próprio produto”, afirmou, reforçando a posição de que o relacionamento humano permanece central no setor.
Matos é um dos grandes nomes quando o assunto é Open Insurance. Ele apresentou visão otimista sobre os avanços da tecnologia, que trazem mais autonomia ao consumidor e, ao mesmo tempo, otimizam e aperfeiçoam o trabalho dos corretores de seguros. “As novas regulamentações indicam caminhos promissores e trazem novas figuras para este cenário inovador, com a chegada das Sociedades Processadoras de Ordem do Cliente (SPOCs) e das Proteções Patrimoniais Mutualistas (PPMs).
O presidente da Fenacor, Armando Vergilio dos Santos Júnior, defendeu a regulamentação da PPM, fruto da Lei Complementar 213/2025, e anunciou um plano diretor para a capacitação e requalificação dos corretores ainda neste ano. Segundo ele, a formalização das associações traz equilíbrio e segurança jurídica, sem impor obrigatoriedade de participação ao corretor.
Já o presidente da ENS, Lucas Vergilio, apontou a tecnologia como motor de eficiência e personalização. Para ele, big data, inteligência artificial e automação devem liberar os corretores para investir mais tempo no relacionamento com os clientes.
Enquanto o presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, reforçou a ambição do PDMS, que pretende elevar a arrecadação do setor para 10% do PIB, contra os atuais 6,5%. Ele salientou que o programa depende de ideias contínuas e da colaboração de todo o mercado.
O painel foi mediado pelo presidente do Sincor-SP, Boris Ber, que conduziu o debate deixando em destaque as posições dos convidados. O consenso entre os debatedores foi de que, apesar dos desafios trazidos por inovação, regulação e mudanças culturais, os corretores seguem protagonistas na distribuição, responsáveis por mais de 90% das vendas no País. O futuro, segundo a mensagem final do encontro, dependerá da capacidade desses profissionais de assumirem um papel cada vez mais consultivo, estratégico e alinhado às novas demandas do consumidor.
Realizado a cada dois anos pelo Sincor-SP, o Conec é considerado o maior congresso de corretores de seguros da América Latina. O evento reúne milhares de profissionais, autoridades e especialistas para debater tendências, inovação, regulação e estratégias de desenvolvimento para o setor.