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18 de agosto de 2025
Open Finance amadurece e já mira integração com Open Insurance, avalia especialista
25 de agosto de 2025Publicado no dia 13 de agosto, o novo relatório OpenTalks 2025, produzido pela EY Brasil (Ernst & Young), mostra a evolução e os desafios do Open Finance no País. A consultoria, que esteve envolvida desde a primeira consulta pública sobre o tema, ressalta sua contribuição também para o mercado de seguros, com a criação de todos os manuais do Open Insurance, iniciativa que integra o ecossistema brasileiro de dados abertos.
De acordo com a EY, o Brasil consolidou-se como referência mundial em Open Finance. O ecossistema já reúne mais de 55 milhões de usuários em apenas quatro anos de operação, número quase quatro vezes superior ao do Open Banking do Reino Unido, precursor do modelo. Só nos últimos 12 meses, o crescimento brasileiro foi quase sete vezes mais rápido que o britânico, registrando 2 milhões de novos usuários por mês.
O relatório também aponta que a estratégia regulatória brasileira foi mais ampla e inclusiva, indo além do setor bancário e incorporando produtos como pagamentos, crédito, investimentos, câmbio e seguros. Esse escopo favoreceu a aceleração do impacto prático do sistema e fortaleceu a integração do Open Insurance, que amplia as possibilidades de inovação para o setor securitário.
Apesar dos avanços, ainda há desafios: quase dois terços dos bancos não percebem retorno significativo, apenas 15% dos investidores utilizam o Open Finance e cerca de 220 milhões de relacionamentos financeiros permanecem fora do sistema. Questões como qualidade dos dados, baixa utilização de algumas APIs e a necessidade de ampliar a adesão de empresas e clientes de alta renda também aparecem como pontos de atenção.
A EY reforça que o futuro do ecossistema depende da capacidade de gerar valor real para usuários e instituições, tornando o compartilhamento de dados transparente, útil e seguro. No caso do Open Insurance, a expectativa é de que a integração com outros setores acelere a transformação digital dos seguros, ampliando o acesso e oferecendo experiências mais personalizadas.
Segundo o relatório, a nova fase, marcada pela Resolução Conjunta nº 10 do Banco Central — que obriga instituições com mais de 5 milhões de clientes ativos a aderirem ao ecossistema — deve ampliar a escala de forma significativa. No entanto, o sucesso dependerá da preparação das empresas e do fortalecimento da confiança do consumidor.