
Relevância não se aposenta: o reposicionamento como escolha consciente
11 de agosto de 2025
Manuel Matos aponta o Open Insurance como caminho para democratizar acesso a seguros, em matéria do Brazil Economy
11 de agosto de 2025Em entrevista exclusiva à Revista Apólice, a diretora de Infraestrutura de Mercado e Supervisão de Conduta da Superintendência de Seguros Privados (Susep), Julia Normande Lins, revelou que, ainda em 2025, estão previstas alterações regulatórias tanto no sandbox quanto no Open Insurance. Segundo ela, as mudanças serão discutidas com o mercado supervisionado e a sociedade civil, avaliando oportunidades de melhoria, especialmente no uso de Inteligência Artificial (IA) e na hiperpersonalização de produtos. Para ler na íntegra, clique aqui.
Julia explicou que a regulamentação brasileira já contempla a hiperpersonalização no setor, amparada por normas como a Circular Susep 639/2021 e a Resolução CNSP 415/2021, que estabeleceram bases técnicas, de governança e de segurança para o open insurance. Esse ambiente permite que dados de consumidores, compartilhados com consentimento, sejam usados para criar ofertas personalizadas, reforçando a privacidade e a segurança.
O sandbox regulatório, criado em 2020, também favorece a inovação, possibilitando que insurtechs testem produtos inovadores, inclusive com parâmetros baseados no comportamento do segurado, sob supervisão da Susep. Para Julia, o desafio regulatório é conciliar a velocidade da evolução tecnológica com a elaboração criteriosa de normas, garantindo inovação sem comprometer a proteção ao consumidor.
Ela destacou que a inclusão também é prioridade. O Open Insurance e o sandbox podem aproximar o seguro da população por meio de canais digitais, microsseguros, coberturas modulares e modelos sob demanda, alinhando-se aos objetivos do Grupo de Trabalho da Política Nacional de Acesso ao Seguro. A popularização dos smartphones e o avanço da digitalização no Brasil ampliam esse potencial, permitindo que seguradoras de menor porte e startups concorram em igualdade com grandes players, estimulando preços mais acessíveis e produtos adequados à realidade de cada consumidor.
Para a diretora, inovação e inclusão caminham juntas. “A personalização baseada em dados e inteligência artificial precisa ser ferramenta de inclusão, não de exclusão. É com segurança, transparência e equidade que construiremos um mercado de seguros mais próximo e relevante para todos os brasileiros”, disse.