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11 de agosto de 2025Por Fernando Dantas*
Você já se sentiu invisível, mesmo sabendo que ainda tem muito a entregar? Eu sim. E conheço muitos colegas que, depois dos 50, 60 anos, começaram a sentir isso. O mercado muda, os nomes da vez mudam, as redes sociais mudam. Mas o que não pode mudar é a nossa vontade de permanecer relevante.
Falo isso com a serenidade de quem já entendeu que a autoridade não é algo que você impõe. É algo que você constrói, reconstrói e sustenta — com humildade, presença e entrega. Reposicionar-se não é reinventar-se. É atualizar sua entrega. Não é sobre começar do zero, nem fingir ser quem não é. É sobre olhar com sinceridade para o que o mercado valoriza hoje e perguntar: “como posso continuar útil, desejado, ouvido?”
Isso vale para um corretor de seguros, para um gerente de banco, para um professor, para qualquer profissional que percebe que o currículo não é mais suficiente para garantir atenção.
Crenças limitantes: as velhas sabotadoras de novas jornadas
Com o tempo, a gente acumula não só experiência, mas também algumas crenças disfarçadas de sabedoria:
“Já fiz minha parte, agora é com os mais jovens.”
“Rede social não é pra mim.”
“Não tenho mais idade pra mudar.”
Essas frases, ditas com ares de proteção, são prisões disfarçadas. Elas te impedem de crescer, de ser visto, de contribuir com o que ainda tem de melhor: sua história, sua escuta, sua visão de longo prazo. Corrigir essas crenças não é tarefa fácil, mas é libertadora. E começa com uma simples pergunta: “isso que eu acredito ainda me serve?”
A autoridade mora na entrega, não no crachá
Em um mercado que idolatra performance e juventude, o que sustenta a autoridade verdadeira é consistência. Não é o “cargo”, é o “conteúdo”. Não é o “dizer”, é o “fazer”. Não é ter opinião sobre tudo, mas ter posição sobre o que importa.
Se você ainda está ativo, atuante, curioso — como eu —, você não precisa se esconder atrás de décadas de currículo. Precisa apenas fazer com que essas décadas sejam tradução de relevância no presente. Relevância é presença. Presença é escolha.
E você pode escolher: ser um veterano desconectado ou um mentor presente; um profissional saudosista ou um referencial ativo; ou alguém que reclama do tempo ou que usa o tempo a seu favor.
O mercado pode não te dar mais o benefício da dúvida. Mas, inda vai te ouvir, claro, se você souber onde e como falar. Reposicionar-se é isso: entender que a estrada muda, mas o valor de quem caminha com propósito permanece.
E como alguém de 64 anos, atuante e curioso, eu digo: não há idade para se tornar mais relevante – só vontade.
* Fernando Dantas é presidente do Sincor-CE e CEO da Beneficium Seguros e Previdência