
OPIN Brasil detalha próximos marcos técnicos do Open Insurance e convoca participantes para novas entregas
24 de novembro de 2025
Open Insurance só entregará valor ao consumidor com corretores capacitados, reforça Manuel Matos em entrevista ao Universo do Seguro
1 de dezembro de 2025A Capgemini Brasil apresentou, em 26 de novembro, a quarta edição do estudo “Análise de Mercado do Open Insurance 2025” (OPIN), pesquisa que vem se firmando como referência sobre a evolução do compartilhamento de dados no setor de seguros.
Os dados mostram um cenário de expectativas mais contidas, mas também de amadurecimento e revisão estratégica. Para 73% dos executivos, os impactos significativos do Open Insurance só devem aparecer a partir de 2027/2028, enquanto 80% veem a integração com o Open Finance como essencial para gerar valor em escala. A tecnologia também ganha força: 82% acreditam que a IA generativa e agêntica terá impacto positivo no ecossistema.
O diretor de Seguros da Capgemini Brasil, Gustavo Leança, reconhece que 2025 marcou um freio no avanço do Open Insurance dentro das seguradoras. “Em 2025, a gente tem um ano de desaceleração do Open Insurance. O tema sai da agenda estratégica dos executivos”. Segundo ele, três fatores explicam o movimento: necessidade de ajustes regulatórios, competição com outras pautas relevantes da Susep e baixa visibilidade de retorno para as empresas.
Mesmo assim, Leança destaca que a retomada já começou, impulsionada pelos novos grupos de trabalho formados pela Susep para discutir a evolução do modelo. “O Open Insurance não vai evoluir se não houver avanço regulatório. Mas também não adianta resolver a pauta institucional se as empresas continuarem vendo o OPIN como um fardo. É preciso mudança de mindset.”
Ele reforça que o relatório traz 10 recomendações práticas para gerar valor imediato, inspiradas em experiências do Open Banking, incluindo estratégias para atrair consentimentos, desenvolver casos de uso e aumentar eficiência operacional.
O estudo sintetiza a percepção atual do setor: o tema segue “dividindo o mercado” entre quem vê oportunidade e quem vê obrigação regulatória. Por outro lado, a maturidade cresce, já que a nota de conhecimento dos executivos sobe de 6,7 para 7,3, e a percepção de maturidade do setor evolui de 4,9 para 5,8. Além de apresentar avanço na familiaridade com o modelo das SPOCs (Sociedades Processadoras de Ordem do Cliente).
Um dos sinais mais claros de mudança está na percepção sobre quem deve se beneficiar do OPIN. O saldo positivo das corretoras cresceu para 37 pontos percentuais, indicando que o mercado passou a enxergar o corretor como agente capaz de usar o compartilhamento de dados para elevar a qualidade da consultoria.
O estudo também mapeia os principais obstáculos, como baixa compreensão dos consumidores, legados tecnológicos, consentimento pouco amigável, custos elevados e engajamento insuficiente do corretor. Para enfrentá-los, a Capgemini destaca oito frentes institucionais prioritárias, incluindo aprimoramento regulatório, unificação de agendas, comunicação diferenciada e integração com o Open Finance.
A pesquisa inclui 147 executivos na etapa quantitativa, com predominância de seguradoras e corretoras, e 20 entrevistas qualitativas com lideranças de diversos segmentos.




