
Brasil lidera o Open Finance global, com 55 milhões de consentimentos, segundo Valor Econômico
11 de junho de 2025
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11 de junho de 2025A Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) destacou a necessidade de prudência e diálogo na implementação do Open Insurance durante o painel “Open Insurance: Desafios e Oportunidades para o Brasil e para a França”, realizado em Paris no dia 4 de junho, como parte do Fórum de Seguros França-Brasil sobre Clima, Inovação e Investimentos.
Diante de autoridades públicas, empresários e especialistas do setor, o presidente do Conselho Diretor da CNseg, Roberto Santos, moderou o debate e alertou para os riscos de se avançar de forma acelerada no compartilhamento de dados no mercado de seguros. Ele reconheceu que o Brasil completou as duas primeiras fases do Open Insurance, mas apontou que os dados dos consumidores ainda não estão efetivamente disponíveis. “O objetivo é nobre, mas estamos no meio de uma jornada cheia de riscos”, afirmou.
Santos também chamou atenção para a complexidade do sistema e criticou a adoção de um modelo semelhante ao do Open Banking. “O setor de seguros já é, por natureza, mais competitivo. O cliente pode trocar de seguradora com facilidade, o que já impõe um comportamento de mercado mais aberto. Por que criar uma estrutura tão cara e complexa?”, questionou.
Do lado francês, Jérôme Balmes, diretor de dados, tecnologia e inovação da France Assureurs, também defendeu uma abordagem mais cautelosa. Ele criticou a pressão dos reguladores europeus por uma abertura rápida e ampla dos dados do setor financeiro. Segundo Balmes, a proposta da Comissão Europeia de liberar todos os dados em 18 meses é arriscada. “Inovação é importante, mas perigosa. Precisamos testar e aprender por etapas, ainda mais quando lidamos com dados tão sensíveis como os de seguros e finanças”, alertou.
O diretor técnico e de estudos da CNseg, Alexandre Leal, reforçou as críticas à forma como o Open Insurance tem sido conduzido no Brasil. Para ele, faltou um debate mais amplo com todos os atores do setor, inclusive os consumidores e os corretores de seguros — principais responsáveis pela distribuição dos produtos no país. “Eles foram deixados de fora da discussão, o que é um erro”, destacou. Leal ainda apontou que mais de 150 ramos de seguros foram incluídos logo na primeira versão do projeto, tornando difícil até mesmo para as seguradoras entenderem como usar os dados e quais benefícios isso traria.
Ao final do painel, os participantes convergiram em um ponto essencial: o avanço do Open Insurance deve ser gradual, seguro e construído com escuta ativa. A abertura de dados, segundo os especialistas, precisa vir acompanhada de um processo transparente e colaborativo.
O Fórum França-Brasil de Seguros, promovido pela CNseg em parceria com a France Assureurs, marca um passo importante na internacionalização do mercado segurador brasileiro. O evento busca aprofundar a cooperação entre os dois países, fomentar inovação e integrar o setor aos grandes desafios globais, como a resiliência climática e a inclusão econômica.
Fonte: com informações da CNseg